Após seis anos, Rodrigo Santoro revisita Xerxes em "300: A Ascensão do Império"

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Seis horas sentado na cadeira da maquiagem, 12 piercings espalhados pelo rosto, o corpo todo depilado e pintado, malhação pesada durante meses sem parar, trabalho de interpretação e concentração de nível técnico alto, modulação de tom de voz, texto para decorar em língua estrangeira… E tudo isso com sorriso no rosto (e dinheiro no bolso). Chega o convite, seis anos depois, para remontar o pacote completo. A resposta de Rodrigo Santoro? “Ok, vamos lá”. E com disposição de criança, ele fechou participação na sequência “300: A Ascensão do Império”, que estreia no Brasil no dia 7 de março.
A pegada do filme agora é voltar um pouco no tempo e contar a origem de Xerxes, o poderoso deus-rei vivido pelo brasileiro. É a primeira vez que Santoro revisita um personagem e era preciso o dobro de força de vontade para, além de encarar toda maratona de caracterização, retomar o físico de Xerxes, já que ele estava 12 kg abaixo do peso normal (que é 80 kg, para 1,88 m de altura) por causa das filmagens de “Heleno”. Em uma entrevista no Rio de Janeiro, Santoro confessou ao iG que o trabalho é "duro, cansativo, mas recompensador".
“É um personagem muito específico e que exige muita coisa, uma preparação física, maquiagem… Por tudo isso, na hora que me falaram do convite, disse ‘Uaaau’ (com cara de cansado), OK, o que vai ser interessante nessa história?’. Aí, conversei com o Zack Snyder (diretor do primeiro filme e roteirista do segundo) e ele falou que queria mostrar agora um pouco do personagem que causou reações enormes. A gente queria explicar quem é o deus-rei, queria tentar humanizar o personagem. Foi isso que eu achei interessante”, pontuou o ator.
Neste segundo filme, Santoro tem mais participação do que no primeiro. A história mostra a origem de Xerxes e exibe o ator brasileiro antes da transformação do personagem em rei, ou seja, sem caracterização nenhuma.
“O ‘300’, sem dúvida, foi um divisor de águas para mim, abriu as oportunidades. Isso ficou muito claro. Eu não esperava, aliás, ninguém que participou do processo esperava que fosse ser o sucesso que foi. E tem aquela coisa: no mercado, o sucesso tem um peso, ele significa uma coisa a mais. O interessante é que durante muitos anos ninguém me ligava ao filme por causa da caracterização. Neste, pela primeira vez, vão ver as duas pessoas e vão juntar uma coisa com a outra.”
Quem chega no elenco para contar essa nova história é Eva Green, no papel da guerreira Artemísia. A personagem é a responsável por convencer Xerxes a se tornar rei e a assumir a luta do pai, morto em batalha. Claro que, debaixo dos panos, Artemísia tem uma luta própria e usa o poder de Xerxes para tentar fazer vingança. “Ela funciona como um espelho. Tem uma espécie de manipulação, mas ele também não é uma vítima, não está ali apenas como um fantoche. Ele sabe exatamente o que está fazendo, mas existe o sentimento da perda do pai, ele quer assumir a missão como filho e se entrega para aquilo”, adianta Santoro.
“Eu acho que a Artemísia é a ativa, mas quem está por trás de toda a história é ele. A partir do momento que vira o deus-rei, ele é o cara. Antes, ele está fragilizado e aceita influência, mas consciente. Pelo menos, eu trabalhei desta forma. Ele não é vítima. Ela joga a semente… Nós sabemos muitos casos de manipulação, as mulheres têm talento, elas sabem lidar com os homens. Mas existe uma argumentação, ele confia nisso. Ele se entrega muito, porque não vê outro caminho.”