Bolsonaro lança candidatura avulsa para Comissão de Direitos Humanos

Sem apoio do próprio partido, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pretende lançar uma candidatura avulsa para tentar presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Conhecido por defender o regime militar (1964-1985) e dar declarações consideradas homofóbicas e racistas, o parlamentar do Rio diz que irá pedir votos para a bancada evangélica da Casa, uma das mais numerosas do parlamento.
“Estou articulando a candidatura avulsa mesmo sabendo que vai ter complicação. Acho que podemos criar uma jurisprudência daqui para frente [no modelo de escolha do comando dos colegiados]. Aquele pessoal [do PT] não pode achar que eles recuperaram a comissão como um troféu para eles, que voltarão a fazer um trabalho porco como já fizeram antes”, declarou.
Nesta semana, acordo fechado entre os líderes partidários da Câmara definiu que o Partido dos Trabalhadores irá comandar o colegiado em 2014. Maior bancada da Casa, o PT abriu mão de outras comissões de seu interesse para evitar que o colegiado voltasse a ser palco de protestos como os que ocorreram no ano passado durante a gestão do deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
A sinalização de que Bolsonaro estava se articulando para comandar a comissão com o apoio do PP revoltou militantes de movimentos sociais. Na semana passada, universitárias trocaram beijos na boca em um protesto contra a intenção do deputado do PP de presidir o colegiado voltado à defesa dos direitos humanos.
“Nós não poderíamos, de forma nenhuma, permitir que essa comissão [Direitos Humanos] ficasse em mãos erradas e se repetisse o constrangimento do ano passado”, enfatizou o líder do PT, deputado Vicentinho (SP).
Se confirmada, a candidatura avulsa de Bolsonaro irá romper o acordo firmado entre os líderes da Câmara. A escolha dos presidentes das comissões da Casa é feita por meio de negociação entre as siglas com base no critério da proporcionalidade.
Os partidos com maior número de representantes, neste caso PT e PMDB, têm prioridade na hora de escolher quais colegiados vão presidir. No total, os petistas irão presidir três comissões neste ano: Direitos Humanos, Constituição e Justiça e Seguridade Social e Família.
Como perdeu o apoio da própria legenda, Bolsonaro espera atrair os votos de integrantes da bancada evangélica em sua tentativa de presidir o colegiado. “Tenho conversado com os evangélicos para votarem, e vários deles vão votar em mim”, ressaltou.

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