Cerveja deve ter alta de imposto ainda este ano

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A Receita Federal estuda elevar a incidência de impostos sobre bebidas
frias, como refrigerantes e cerveja, a partir de 1º de abril. A medida, que
deveria ter sido tomada em outubro de 2013, foi adiada para o próximo mês pelo
ministro da Fazenda, Guido Mantega, por reivindicação de representantes do
setor. Na época, os empresários alegaram que o aumento da carga tributária
representaria prejuízos para as companhias e para a geração de empregos.
Agora será mais difícil um novo adiamento, segundo fontes da área
econômica, dado o quadro de restrição fiscal. Em fevereiro, segundo dados ainda
preliminares, a receita de impostos e contribuições ficou aquém das
expectativas oficiais, comprometendo o resultado esperado para o superávit
primário do mês.
Uma arrecadação adicional com a elevação de impostos sobre esse setor
não consta do decreto de programação orçamentária, divulgado em fevereiro, que
estabeleceu um corte no orçamento de R$ 44 bilhões.
Segundo técnicos da Receita Federal, a elevação dos tributos do setor de
bebidas frias será feita com a revisão da tabela de preços que serve como base
de cálculo para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e para o
PIS/Cofins.
Em janeiro, a arrecadação do PIS/Cofins sobre bebidas somou R$ 202
milhões, abaixo, portanto, dos R$ 267 milhões do mesmo mês de 2013. Esses
números estão corrigidos pelo IPCA e representaram uma queda real de 24,3% no
período. Já no caso do IPI Bebidas, o recolhimento foi de R$ 355 milhões em
janeiro, o que representou uma queda, em termos reais, de 23,52%.
Além do aumento da tributação do setor de bebidas, o Ministério da
Fazenda conta também com duas propostas que estão em debate entre os técnicos
da área econômica e da Casa Civil. Uma trata da equiparação da tributação das
importações ao que paga o produto nacional, para compensar a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF), que julgou inconstitucional a inclusão de ICMS e
PIS-Cofins na base de cálculo dessas contribuições sobre a importação. A outra
refere-se à extensão da taxação que hoje é feita nas fábricas de cosméticos
também para as empresas distribuidoras. Essas duas medidas, se aprovadas, devem
elevar as receitas da União em cerca de R$ 2,5 bilhões este ano.
Em janeiro e fevereiro a receita com impostos e contribuições (exceto
previdência) frustrou as expectativas do governo. Só no mês passado, elas
ficaram R$ 4 bilhões abaixo da previsão.