Lula diz que Vargas não pode deixar ‘o PT pagar o pato’ acerca da CPI da Petrobras

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que espera que o deputado licenciado André Vargas dê explicações convincentes para que o PT não saia desgastado da crise instalada a partir das denúncias sobre a relação entre o parlamentar e o doleiro Alberto Youssef, preso em operação da Polícia Federal (PF). Em uma entrevista exclusiva para blogueiros, numa sala reservada do Instituto Lula, o petista disse que o partido “não pode pagar o pato” em relação às denúncias de negócios suspeitos do doleiro com o Ministério da Saúde.
- Espero que ele consiga convencer e provar que não tem nada além de uma viagem de avião, porque no final quem paga o pato é o PT.
O ex-presidente reiterou:
- Acho que ele (Vargas) tem que explicar. Não tem sentido . Ele é vice-presidente de uma instituição importante - disse Lula
Em relação às denúncias contra a Petrobras, Lula disse que não se pode admitir que “mentiras continuem prevalecendo”.
- Temos que defender com unhas e dentes aquilo que nós acreditamos que seja verdadeiro, e que foram os fatos concretos - enfatizou o ex-presidente, que cobrou uma ação mais efetiva do PT para evitar uma CPI da Petrobras. Com isso, segundo Lula, seria evitado o desgaste verificado com a CPI do Mensalão:
- O dado concreto é que mais uma vez os interesses políticos estão fazendo com que em época de eleição, quando a oposição não tem bandeira nem programa nem voto, a oposição levanta essa ideia de fazer CPI. Eu nem acho que por conta de uma CPI você tem que fazer outra. Não sou daqueles que, por conta da Petrobras, tem que investigar ... eu não sou dessa linha. Quer investigar a Petrobras? Vai. Qual o fato determinado? E acabou. Essa pessoas nunca quiseram CPI. Para nada. Pega aqui em São Paulo. Nunca aconteceu nenhuma. De repente essas pessoas viraram... Então acho que nesse aspecto o PT tem que ir pra cima - disse Lula, que completou:
- O PT eu espero que tenha aprendido a lição do que significou a CPI do mensalão. Espero que tenha aprendido a lição porque essa CPI deixou marcas profundas nas entranhas do PT. Se o PT tivesse feito o debate político no momento que tinha que fazer e não ficasse esperando uma solução jurídica, possivelmente a história fosse outra. Porque no fundo a imprensa construiu quase o resultado desse julgamento. O tempo vai julgar. Às vezes, levam anos para que as coisas sejam bastante apuradas. Eu fico pensando como é possível uma CPI que começou investigando R$ 3 mil numa empresa pública que era dirigida pelo PMDB, que investigava um cara do PTB, terminou no PT? Não houve da parte do PT a sabedoria de fazer o enfrentamento político por causa das divergências internas.
Em meio ao movimento "Volta, Lula", apoiado por parte do PT, o ex-presidente voltou a defender a campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente fez questão de afastar os rumores antes mesmo da primeiro pergunta:
- Quero dizer que não sou candidato, mas não tenho como ir em cartório registrar. Mas quero dizer que minha candidata é a Dilma. Se vocês (blogueiros) puderem contribuir para acabar com essa boataria, ajudarão a democracia desse pais - disse Lula.
Em seguida, o petista rasgou elogios à presidente.
- Dilma tem condições políticas e técnicas para fazer esse Brasil avançar. Ela é disparadamente a melhor pessoa para ganhar essa eleição e fazer esse país continuar andando. Eu já me dou por realizado - disse.
Sobre a candidatura do senador Lindbergh Farias para o governo do Rio, a qual sofre resistência de parte do próprio PT, que pretende embarcar na candidatura do peemedebista Pezão, Lula sentenciou:
- Eu acho que é pra valer (a candidatura). Já está colocada. É irreversível. Ele está no meio do mandato dele e não tem nada a perder (em disputar a eleição). Só a ganhar. Ele acha que é o momento dele. E eu acho que ele é um candidato bom, vai crescer e pode até ganhar
Lula também lamentou o fato de o PSB de Eduardo Campos ter abandonado a base de sustentação do governo.
- A Marina eu compreendo porque ela e a Dilma foram minhas ministras e eu acompanhava a divergência das duas, mas o Eduardo eu não entendo.
Fonte: O Globo