Nova gasolina brasileira reduz gastos com o carro
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Desde primeiro de janeiro, quem escolhe a gasolina começou a cuidar melhor do seu carro. O combustível passou a poluir menos, deixou os motores mais eficientes e isso refletirá em uma manutenção mais barata no futuro. Isso vale para todos que têm carro a gasolina (ou usam o combustível fóssil nos modelos flex). Até aquele vizinho desleixado passou a preservar melhor seu automóvel após o início da comercialização da nova gasolina no Brasil.
A mudança silenciosa e gradual — que marcou o início de 2014 — é fruto de uma nova legislação, que obrigou a redução drástica no teor de enxofre da gasolina. Até o fim de 2013, era permitido um combustível com até 800 ppm (partes por milhão) do fétido elemento químico. Agora, o máximo de enxofre tolerado na gasolina é de 50 ppm, resultando em diversas melhorias — inclusive para o bolso do consumidor.
As vantagens da nova gasolina serão proporcionalmente maiores de acordo com a idade do veículo. O motivo para isso é justamente o abismo tecnológico entre os automóveis, como explicou Leandro Benvenutti, especialista em combustíveis da Ford do Brasil.
— Como os carros equipados com carburador não conseguem obter uma combustão tão eficiente quanto a dos modelos com injeção eletrônica, eles são muito mais sensíveis a combustíveis de melhor qualidade.
A vantagem, porém, pode virar problema se o motor não estiver no melhor de seus dias. A culpa, neste caso, é justamente da temida carbonização provocada pela gasolina ruim, como detalha Guedes.
Assim como ocorreu com o diesel, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) proibiu a comercialização de gasolina superior a 50 ppm de enxofre. E era para ser ainda melhor: a ideia era estrear o novo combustível com a obrigatoriedade de aditivos, mas problemas burocráticos levaram a prorrogar essa próxima mudança para 2015.
Ou seja: a partir do próximo ano, toda gasolina será aditivada, assim como já ocorre nos EUA.
Essa equalização do combustível vendido aqui com o que é oferecido lá fora é mais uma vantagem, mas quase invisível para os consumidores. O benefício, desta vez, será para as montadoras, que conseguirão adaptar melhor seus carros importados para os exclusivos combustíveis brasileiros — o país é o único no mundo a comercializar gasolina misturada com etanol (E25) e etanol puro (E100).
Esse detalhe, aliás, é óbvio, mas não deve ser esquecido: as vantagens da nova gasolina somente são válidas para carros que queimam esse combustível. O motivo é que o etanol não possui nenhuma parte de enxofre em sua composição, motivo pelo qual o biocombustível é menos poluente que a gasolina.
— Em motores antigos a carbonização compensa eventuais folgas nas peças internas. Retirar ou diminuir alguns desses depósitos pode criar tolerâncias que não existiam antes, provocando ruídos e até perda de desempenho. Estes casos, porém, são excepcionais.
Felizmente a lista de vantagens da nova gasolina supera de longe os raros problemas que o novo combustível pode provocar. Até porque a adoção desse novo combustível é obrigatória.