Bancos restringem atendimento no Rio por causa de greve de vigilantes

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O abastecimento com dinheiro em espécie das agências bancárias na Zona Sul do Rio está comprometido pela greve dos vigilantes bancários. Essa é a justificativa dos atendentes de pelo menos cinco bancos visitados pelo G1 no começo da tarde desta sexta-feira (9) para barrar o acesso de clientes. Todos os serviços estavam concentrados no setor de auto-atendimento em unidades do Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú. Somente transações que não envolvessem numerário eram realizadas no atendimento presencial.
"É um absurdo que por causa de uma greve a gente não consiga pagar uma conta", reclamou o autônomo José Amarildo Gonçalves, 38, que disse ter procurado três agências sem conseguir pagar um título vencido antes de chegar a um Banco do Brasil.
O técnico em eletrônica Júlio Prado, 26, tentava, em vão, sacar dinheiro no Banco Itaú. "Eu perdi meu cartão e só conseguiria fazer saque na minha agência. Mas nenhuma está atendendo. Vou continuar sem um real no bolso porque o banco não me da outra alternativa", reclamou.
Na porta da agência do Itaú na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, um cartaz informava aos clientes a falta de numerário e orientava o uso exclusivamente do auto-atendimento.
Em resposta ao G1, a assessoria do Santander informou que "a greve dos vigilantes do Rio de Janeiro afetou o funcionamento de algumas de suas agências na região".
O banco acrescentou ainda que"a situação se normalizará tão logo a manifestação se encerre. Vale ressaltar que para transações do dia a dia, a instituição disponibiliza atendimento por meio dos Canais de Relacionamento (Central de Atendimento Santander, Santander Internet Banking e Santander Móvel)”.
Nos vidros de agências da maioria dos bancos havia adesivos informando a greve dos vigilantes. "Queremos salários padrão Fifa", diz o comunicado dos grevistas.
Procurada pelo G1, a assessoria do Banco do Brasil não tinha um posicionamento sobre o comprometimento dos serviços. A assessoria do Bradesco declarou que "o banco não vai comentar o assunto”.
Lei federal
Em comunicado, o Itaú informou que as restrições ao atendimento com dinheiro em espécie durante greve de servidores atendem a Lei Federal (7.102/83). O banco esclareceu, porém, que manteve as agências aberta para transações que não envolvam dinheiro em espécie e para atendimento gerencial.
Reivindicações
O Sindicato dos Vigilantes do Rio reivindica um aumento de 10% no salário-base, R$ 20 de tíquete-refeição por dia e plano de saúde. Os manifestantes também querem mais 30% de adicional de risco de vida e mais 30% de adicional de periculosidade - ambos em cima da remuneração fixa. Para os vigilantes que trabalharem durante a Copa do Mundo, o sindicato exige diária de R$ 180.
Atualmente, o piso da categoria é de R$ 528 por mês e tíquete refeição de R$ 13 por dia. Segundo o sindicato, o adicional de periculosidade já é pago atualmente, por lei.