Justiça proíbe 4 líderes grevistas de promover paralisação de ônibus no Rio

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O sindicato das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, Rio Ônibus, informou que a Justiça do Rio determinou que quatro líderes da comissão de rodoviários que decidiu pela paralisação do serviço de ônibus nesta terça (13) e quarta-feira (14), identificados como Hélio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, devem se abster de "promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público, bem como mantenham distância das garagens das empresas consorciadas filiadas ao sindicato (Rio Ônibus)".
A juíza Andréia Florêncio Berto, que tomou a decisão no Plantão Judiciário, cita a violência praticada na paralisação do dia 9 de maio e fixa multa de R$ 10 mil por cada ato de descumprimento da decisão. O Rio Ônibus informa que vai entrar com um pedido no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para que considere ilegal e abusivo todo o movimento grevista.
Os motoristas e cobradores participantes começaram a paralisação, com duração prevista para 48 horas, à 0h desta terça-feira (13). Apesar disso, a paralisação já era sentida pela população às 23h de ontem. Era possível ver pontos com muita gente e verificar poucos ônibus para fazer a ligação entre o centro da capital fluminense e bairros das zonas norte e oeste da cidade.
O ato havia sido decidido nesta segunda-feira, em assembleia realizada na porta do TRT, depois de uma audiência de conciliação que terminou sem acordo. Hoje, o número de ônibus nas ruas é ainda menor do que o da última paralisação, realizada na última quinta-feira.
Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que não se sentiria representado pelo Sintraturb-Rio (Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro).
Helio Alfredo Teodoro, líder dos dissidentes, disse em entrevista à rádio "CBN" que o sindicato das empresas de ônibus, Rio Ônibus, se recusou a abrir as negociações: "Nós fomos lá como plateia; fomos chamados apenas para assistir à discussão entre o Sintraturb e o Rio Ônibus."
Segundo relatos de rodoviários em redes sociais, os trabalhadores devem adotar a mesma tática utilizada em São Paulo: retirar os carros das garagens das empresas e estacioná-los nas ruas, sem embarque ou desembarque de passageiros. Cerca de 1,8 milhão de pessoas utilizam diariamente os ônibus municipais do Rio.
O Rio Ônibus, afirma que considera a convocação abusiva e ilegal por estar sendo organizada por um grupo de rodoviários que não tem legitimidade nem representatividade legal da categoria na cidade do Rio. Segundo o sindicato, foi estabelecido um acordo com o Sintraturb-Rio, que se posicionou contrário à paralisação, chegando a um acordo de 10% de reajuste salarial e 40% na cesta básica.
Foto: Jornal Extra