Sedes de construtoras são alvo de protestos de movimentos sociais


Movimentos sociais ocuparam e picharam na manhã desta quinta-feira (8) sedes das construtoras OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez em São Paulo em protesto contra a Copa do Mundo. Os grupos saíram de três regiões da cidade, ocuparam vias durante marcha até as empresas e realizaram as ocupações-relâmpago em prédios no Butantã, no Brooklin e em Higienópolis.

Os movimentos sociais alegam que as construtoras que participaram de obras de estádios lucram com o evento em detrimento da população, que precisa de melhorias nos serviços básicos e sofre com a falta de moradia.

Ao longo da manhã, o trânsito ficou acima da média em toda a capital paulista. Além dos grupos organizados no ato batizado de "Copa sem povo, tô na rua de novo" - que marcharam até a sede das construtoras - outros dois grupos também formado por sem-teto protestaram na cidade. Eles se concentraram na Avenida Belmira Marin, na Zona Sul, e no vão livre do Masp.

Contra as construtoras

O ato contra as construtoras teve a participação de diferentes grupos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Os participantes encerraram o movimento por volta das 11h30.

Durante a tarde, representantes do movimento se encontraram com a presidente Dilma Rousseff no Clube dos Metroviários, em São Paulo. Segundo a assessoria da Presidência, Dilma afirmou que iria encaminhar as reivindicações do grupo ao Ministério das Cidades, para que a pasta viabilize o acesso deles ao programa Minha Casa, Minha Vida.

O estádio receberá a abertura da Copa, no dia 12 de junho. A Odebrecth, empresa responsável por construir o estádio, divulgou nota nesta quinta lamentando as pichações.

“A Odebrecht respeita todo tipo de manifestação pública pacífica, mas repudia qualquer ato de vandalismo. Visando proteger a integridade física das pessoas presentes no local, a empresa reforçou seu sistema de segurança e acionou as autoridades responsáveis”, disse.

Uma das organizadoras do protesto, Jussara Basso, disse que as empresas ficaram com o dinheiro da Copa. "Nós invadimos as três sedes das construtoras porque elas receberam todo o dinheiro da Copa. Nós pedimos mais direitos, saúde, educação, moradia e não tem. Mas dinheiro para a Copa... Alguém está lucrando muito com isso e esse alguém são as construtoras"

Concentração

O protesto começou por volta das 9h, quando os manifestantes se reuniram em três frentes – uma na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, outra na Avenida Paulista, e a terceira no Butantã, na Zona Oeste. Destes locais, próximos às sedes das empresas, eles fizeram caminhadas até a entrada dos edifícios onde ficam os escritórios.

No prédio da Odebrecht, no Butantã, cerca de 300 manifestantes ficaram por volta de 50 minutos. Segundo funcionários da empresa, eles passaram pela porta giratória com tintas e spray e picharam frases como “Copa das Tropas e Empreiteiras”, “Fora Odebrecht” e “Reforma Agrária já”.

No prédio da OAS, na Avenida Angélica, o piso foi pichado com tinta vermelha, com a frase: “Esse é o sangue do povo”. Além do MTST e do MST, participaram do ato o Movimento Popular por Moradia (MPM) e o Movimento Lutas Populares (MLP). Ninguém foi detido e a construtora estuda se vai acionar a Polícia Civil.

A sede da Andrade Gutierrez, na região do Brooklin, também foi alvo de protestos. Os manifestantes amontoaram pedras na frente do Edifício Attílio Tineli e colaram cartazes na fachada.

Protestos

O MTST, um dos organizadores do protesto desta quinta, já vem realizando diversas manifestações na capital. No último dia 29, membros do movimento fecharam ruas do Centro e entraram em confronto com a PM.

Eles protestavam em frente à Câmara pedindo a votação do Plano Diretor da cidade. No plano estarão incluídas áreas consideradas de interesse social, uma exigência para que possam ser construídos projetos habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida.

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