Filha adotiva de Woody Allen relata abusos sexuais em carta aberta

Após anos sem se manifestar, Dylan Farrow relatou, em carta aberta publicada neste sábado (1) pelo jornal "The New York Times", abusos sexuais aos quais teria sido submetida pelo seu pai adotivo, o cineasta Woody Allen. O caso, que aconteceu no começo dos anos 1990, voltou à tona após o diretor de "Blue Jasmine" receber uma homenagem no Globo de Ouro 2014. 

No texto, a jovem hoje com 28 anos conta como, aos 7, foi atraída até o sótão de casa pelo artista e foi molestada pela primeira vez. Segundo Dylan, Woody Allen a abusou diversas vezes até que tivesse coragem de contar sobre a situação para sua mãe, a atriz Mia Farrow. 
O caso foi parar nas capas de jornais em 1992, quando Mia, que fez 13 filmes ao lado do então marido, acusou-o de ter molestado Dylan. Na ocasião, o cineasta negou as acusações e foi absolvido, mas perdeu o direito de ver as crianças.
"A gente deixou o caso porque, como os advogados disseram, queriam 'me resguardar'. Mas eu fiquei me sentindo culpada por muito tempo por deixar outras crianças a mercê deste moletador", escreveu Dylan sobre a decisão de deixar o tribunal. 
Além de se sentir responsável pela liberdade de Allen, a jovem narra que foi perseguida pela lembrança do assédio enquanto crescia, o que causou transtornos alimentares e problemas para se relacionar com outros homens. 
"Cada vez que via o rosto do meu abusador -- em cartazes, em camisetas -- só podia esconder meu pânico até encontrar um lugar para ficar sozinha e me esconder", conta. 
Dylan quebrou o silêncio sobre o caso após seu irmão, Ronan, criticar o prêmio pelo conjunto da obra dado a Woody Allen pelo Globo de Ouro. A garota aproveitou a carta para chamar a atenção de atores que ignoraram seus apelos contra o cineasta. 
"O que faria se tivesse sido sua filha, Cate Blanchett? Louis CK? Alec Baldwin? E se tivesse sido você, Emma Stone? Ou você, Scarlett Johansson?", pergunta a filha de Mia Farrow. 
"Woody Allen é um testemunho vivo do modo no qual nossa sociedade julga os sobreviventes de ataques sexuais e abusos", finalizou Dylan. 
No artigo, Nicholas Kristof, jornalista do "The New York Times" que fez o contato com a garota, diz que tentou entrar em contato com o cineasta, mas ele não quis comentar a carta. 

Notícias Relacionadas

entretenimento 4466946320098174887

Postar um comentário

emo-but-icon

Baixe nosso Aplicativo


+ Lidas

Comentários

Siga-nos no Twitter

Facebook

Publicidade

PUBLICIDADE

item