Profissionais da educação de Macaé e Prefeitura não chegam a acordo

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Após paralisarem 70% das atividades nesta quarta-feira (21), os profissionais da educação de Macaé, no interior do estado do Rio, confirmaram que não chegaram a um acordo com a Prefeitura. Mesmo após terem se reunido com o prefeito Dr. Aluízio Junior, os profissionais garantiram que haverá novas paralisações até que a categoria conquiste as reivindicações.
No entanto, a secretária de Educação da cidade, Lúcia Maria Thomaz, disse que a paralisação surpreendeu a todos, pois, segundo ela, a categoria não havia apresentado nenhuma solicitação de reunião e muito menos apresentado as reivindicações.
"Nos surpreendeu bastante porque não houve uma comunicação prévia. Não houve uma discussão das reivindicações. O sindicato afirma que protocolou um ofício na Secretaria de Educação e não temos esse registro, esse documento. Foram apresentadas mais de 20 reivindicações e isso acaba confundindo até o professor que não sabe por que está parando. Por conta disso nem toda a rede paralisou", contou a secretária.
Durante a manhã, professores, funcionários, porteiros, merendeiras e auxiliares fizeram protesto pelas ruas do Centro da cidade e se concentraram na porta do prédio da Prefeitura, após passeata. Eles exigem reajuste salarial de 40%, melhorias nas condições de trabalho e enfrentamento à violência escolar, assim como itens como a redução da carga de trabalho.
A secretária de Educação disse que oferecer 40% de reajuste vai onerar e muito o município. "Todas as reinvindicações solicitadas nós atendemos. O prefeito disse hoje (quarta-feira) que não é possível oferecer reajuste de 40%, uma vez que temos um número muito grande de professores em nossa rede de ensino. O professor de Macaé é o profissional mais bem remunerado do estado do Rio. O salário oferecido ao profissional em Macaé é muito convidativo", comentou a secretária.
"O reajuste que o prefeito nos ofereceu foi de 5%. Isso está fora da realidade. A inflação nesse período foi de mais de 6%, os remédios aumentaram 11%. Além disso, estamos exigindo o cumprimento de outros benefícios que foram prometidos. Durante nossa negociação no ano passado, o prefeito se comprometeu a pagar a gratificação por local de trabalho para todos os servidores da educação. Atualmente, só os professores recebem o benefício. Ficou acordado com o prefeito no ano passado que todos receberiam", contou Sabrina Luz.
Segundo a Prefeitura, Macaé conta atualmente com 4,2 mil professores. Destes, 906 foram convocados nos últimos 15 meses. Informou ainda que ofereceu à categoria aumento das gratificações de Regência de Classe, de Assessoria à Docência e à Gestão Escolar e Apoio às Atividades Educacionais de 20% para 30%; aumento de 10% do valor das gratificações dos Diretores das Escolas; aumento de 36% nos vencimentos dos Auxiliares de Serviços Escolares; reajuste dos valores previstos do Programa Municipal Dinheiro na Escola – PMDE de R$ 6 por aluno/por trimestre para R$ 30 por aluno/por trimestre.
"Essas foram nossas conquistas no movimento do ano passado e nem todas foram cumpridas ainda. Estamos aguardando o cumprimento do direito de usar 1/3 de sua carga horária para atividades de planejamento. Precisamos para planejar nossa atividade, rotina e as aulas", pontou Sabrina Luz.
A secretária Lúcia Thomaz disse que esse direito é garantido desde o ano passado. Porém, nesse período os professores passarão por cursos.
"Em Macaé, a lei que estabelece que 2/3 da carga horária dos professores deve ser utilizada em atividades de interação com os estudantes e 1/3 com atividades de planejamento, começou a ser cumprida em 2013 com 100% dos alunos em sala de aula", concluiu.
Após a reunião com o prefeito, os profissionais da educação se reuniram em assembleia e decidiram paralisar as atividades mais uma vez no próximo dia 5 de junho, quando será votado indicativo para greve na rede municipal.